Durante meu intercâmbio, fui a algumas reuniões do Lions da minha host family e eles contaram-me que possuíam muita dificuldade em trazer associados e conseguir arrecadações. Mostrei a eles um pouco do nosso trabalho como LEO aqui no Brasil, principalmente do meu clube e de outros clubes do distrito. Eles ficaram absolutamente encantados com o nosso empenho, as visitas às creches, asilos, casas de abrigo, arrecadações, campanhas de Natal, Páscoa, entre outras. Levei fotos dos nossos eventos, de campanhas que participei e mostrei a página dos clubes no Facebook. Naquele momento eu tive a certeza de que estava no caminho certo. Eu senti muito orgulho – e ainda sinto – de expor nosso trabalho.
Quanto ao intercâmbio, muitos companheiros vieram conversar comigo sobre a experiência e eu vou contar um pouquinho a vocês. Eu fiquei 14 dias em um acampamento patrocinado pelo Distrito 24D de Lions Clubes, e conheci os estados de Virgínia e Maryland, nos Estados Unidos. No restante do tempo, eu fiquei na casa da Pat e do Alan. Minha host family foi composta por Patrícia e Alan Morrell, 2 leões que lutam bravamente a favor do movimento. Pat é cadeirante, tem 75 anos e é voluntária no programa de intercâmbio há 20 anos. Ela é presidente do seu clube e já ocupou o cargo diversas vezes (assim como Alan). O tempo todo eles queriam mostrar o modo de vida americano, já que a maioria dos jovens são da Europa. Durante o acampamento, nós viajamos por todo o estado conhecendo os pontos principais, já que em Virgínia está a capital do país e também a primeira colônia britânica.
O tempo que passamos em Washington DC, ficamos acampando no alto da montanha e fazíamos tudo em grupos. O coordenador do acampamento preparou um roteiro com vários lugares importantes, como o museu do holocausto, museu aeroespacial e até um jogo de baseball (típico esporte americano). O tempo que passamos em Virgínia Beach, ficamos hospedados dentro de uma universidade e todos os dias saíamos de lá para conhecer alguma cidade interessante. Os meninos sempre preparavam o café da manhã e as meninas sempre recolhiam o que sobrou. Em todos os momentos, nós trabalhávamos em equipe para que o serviço não ficasse pesado para ninguém. No final do acampamento, nós apresentamos uma dança que foi criada e ensaiada com todos os jovens durante o tempo que passamos na universidade, e também, nos dividimos em grupos para fazer qualquer outro tipo de apresentação como dançar, cantar, tocar instrumentos... houve até show de mágica e de humor.
Os jovens podem ser LEO ou não. Eu tive a sorte de pegar um grupo com vários companheiros. O mais divertido é ver a forma que as pessoas praticam o serviço voluntário em diferentes lugares do mundo. Tem lugares em que os CCLEO vestem terninho, colete ou colar de pins. Tinha gente da Itália, Alemanha, Dinamarca, França, Polônia, Eslováquia, Turquia, Índia, Indonésia, México, Finlândia, Espanha, Palestina e eu, do Brasil. Fiz muitos amigos que mantenho contato até hoje. O intercâmbio é aberto para todos, mas Pat, responsável por selecionar os jovens, sempre dá preferência para LEO ou filhos de leões.
Participei de alguns eventos do Lions lá: fui às reuniões do Lions da minha família; fui a uma reunião distrital, no qual a presidente do distrito é uma mulher cega, – o que me deixou mais encantada ainda pela oportunidade que foi oferecida a ela e pela competência de levar um distrito mesmo com a deficiência; durante a reunião, ela mesmo disse que não era fácil, mas que juntos, eles faziam acontecer... e de fato, fazem – fui a uma creche para crianças deficientes, na qual eles costumam fazer campanhas; fui à um banco de olhos fundado pelo Lions que fica em um dos hospitais de maior relevância na cidade; participei de uma campanha que eles realizam toda sexta, na qual os companheiros fazem lentes para óculos de grau às pessoas que precisam e não têm condições – eles fazem as lentes com as próprias mãos – e fui à uma campanha que acontece todo sábado, no qual o Lions reúne voluntários para ir à uma igreja alimentar moradores de rua de um bairro extremamente pobre.
De tudo que eu vivi durante esse tempo, eu pude perceber que o movimento é muito maior que meu clube, e é muito maior que meu distrito. Antes, era muito complexo pensar no alcance do movimento, eu só via o trabalho do meu clube e do meu distrito. Hoje, eu compreendo que existem pessoas ao redor do mundo doando um pouquinho do seu tempo e da sua dedicação por um desconhecido que precisa de ajuda. Agora, eu entendo que existem pessoas que realmente querem ajudar, que fazem isso sem nenhum interesse, que fazem isso porque sabe que é o certo, e que fazem isso porque o coração bate forte pelo servir desinteressado. O que me encanta dentro do movimento é ver o brilho nos olhos das pessoas que são beneficiadas pelo nosso serviço e é saber que além de mim, tem mais um monte de gente que é movido por isso e que compartilha do mesmo sentimento que eu. Ver jovens reunidos pensando o que pode ser feito para ajudar outras pessoas é o meu maior orgulho e eu sou completamente grata pelo que nós fazemos.
O que me encanta dentro do movimento é ver o brilho nos olhos das pessoas que são beneficiadas pelo nosso serviço e é saber que além de mim, tem mais um monte de gente que é movido por isso e que compartilha do mesmo sentimento que eu.
CLEO Thifany Madrid
LEO Clube de Votuporanga
Distrito LEO LC-6